quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Foi mais ou menos assim :
Ela andava num trem moderno,movido a eletricidade e que não soltava fumaça.
Gostou muito dele por muito tempo,sua família também gostava desse trem moderno
e que não soltava fumaça.
Mas ela foi perdendo o gosto por esse trem que não soltava fumaça
Aquela coisa de algo novo foi ficando velho e mofado.
E na mesma época que ela tava pensando em parar de usar o trem moderno e que não soltava fumaça
Brota o trem a diesel e fumacento.
Toda a carência e falta de afeto que ela sentia o trem a diesel e fumacento deu conta do recado.
E ela começou a andar no trem a diesel e fumacento!Pense num trem feliz era esse...
Só que faltou ele saber que no fundo,na verdade,nas entrelinhas tudo era só mais algo novo pra ela.
Servia apenas pra sanar a carência e o afeto,levar de um lado pro outro sem cobrar passagem.
e SÓ,nada além disso.
E como o trem a diesel e fumacento sabia disso foi bem simples.
O que ele tinha de diferente dos outros trens era a fumaça que ele soltava e bem...ela não gostava da fumaça.
E largar o trem a diesel e fumacento que te levou tantas vezes por tantos lugares pra te dar tantos risos sem cobrar 1 centavo de passagem.
Pelo fato dele fazer fumaça?
Última estação é aqui amiga,espere outro trem ou arrume dinheiro pra pagar a passagem do trem a diesel e fumacento,que a fumaça dele precisa ser sustentada.

Pedro Tremere,agora caiu a ficha e Taumaturgo nas horas vagas.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Tantas coisas pra dizer.
Tão pouco tempo pra esperar.
Num piscar de olhos tudo se vai.
O que hoje é, amanhã nunca mais.
Os dias vão dançar.

Que viver assim,
só pra correr atrás,
me cansa.
Eu não sou como você.
Tudo aqui está tão bem
mas não me diz mais nada.

Eu que não vou ficar aqui
fingindo estar contente.
Sentado nessa praça, com cara de estátua,
perdendo meus dentes."

Dance of Days escrevendo minhas história novamente.
E...é,acho que morreu mesmo.
Cada vez mais perto do fundo do poço,mais perto de realizar a máxima do Durden de : "só depois que perder tudo é que será livre para ter algo."
Até que a idéia não é tão ruim,pelo contrário.
Você começa a vida com X e depois vai acrescentando mais a isso parece bom,mas você não vai valorizar o que tiver depois.Quero dizer,não vai dar o MESMO valor que iria dar caso tivesse perdido tal coisa.
Quando se perde TUDO,até esperança,seu amor próprio,teu coração,perder a vida no sentido metafórico da coisa, você chega no fundo do poço.
E no fundo do poço qualquer raio de sol você vai dar um valor tão grande,mas tão grande,que vai ser como o nascer do sol no marco 0 do lado de quem você mais ama nessa vida(e pode beijar na boca!).
E ai sim,você começa a viver.So it's time to new start.

Pedro Tremere,perdendo tudo para ter algo e Taumaturgo nas horas vagas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Stella Maris.

Mergulho de cabeça e dentro da água fico admirando o horizonte.Agora concordo com o Renato quando ele fala que o infinito é realmente um dos deuses mais lindos.Mas a minha vista(e alguma outra coisa presa na garganta) me chama pra sentar na areia.Incrível como o mar fica me puxando pra dentro dele,como casal besta que fica brincando de 'não você não vai sair agora,num vou deixar!' e agarra e sacode na água e eu fico rindo como criança por essa comparação.
Até que finalmente chego na praia...o infinito é lindo.Passa uma loira descomunal na minha frente e o lindo rabo dela é a última coisa que me interessa naquele momento.
Dá pra ver teu rosto na água e o vento que bate no cabelo é quase tua mão alisando meus cachos estranhos.Ainda não conformado,volto pra água para uma despedida!Teu rosto fica mais nítido nesse quando me aproximo desse mar verde.Ai Helena Recifense,como depois de tanto tempo ainda tenho Tróia dentro de mim?Não sei...
Mas na tentativa de me despedir ainda tento mergulhar de cabeça,mas penso que é melhor não.Não mergulhar de cabeça.E cada passo que o mar me puxava pra dentro dele eram 2 passos que eu dava pra sair,até que gentilmente passo a mão por ele como carinho,afago,dengo.Fico com remorso por não ter entrado de cabeça.
A melhor parte é que,acho que o mar notando isso vem uma onda leve e me molha os pés como um 'obrigado por ter vindo,reconheci teu esforço' ,penso nisso e fecho os olhos ,mentalizo um 'obrigado' e saio correndo.
Sal do mar nos olhos dá lugar para o sal que vem dos próprios olhos.

Pedro Tremere,espero nunca mais voltar ao cais das dores que senti e Taumaturgo nas horas vagas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boa . Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não."
                             Caio Fernando de Abreu.

Sabe quando um texto cabe perfeitamente ao que se tá sentindo?Como se cada letra fosse uma batida do seu coração?Pronto.É esse texto ai.A ironia maior é o autor dele,muita ironia mesmo desse destino sagaz.Deu uma vontade doida de em cada palavra colocar um comentário pessoal.Mas não,esse texto é muito bonito pra um principiante estragar com seus comentários de 19 anos.Deixo-os na minha mente e memória,arquivados onde talvez saiam.Talvez não,vai da cara do freguês.
Mas quando eu li "De alguma forma, numa noite fria." eu realmente senti um arrepio(é SÉRIO!),isso eu senti!

Pedro Tremere,vestibular vestibular vestibular vai se danar!!! e Taumaturgo nas horas vagas.

Se danem!

"Pergunta-me com muita seriedade uma moça jornalista qual é o meu maior desejo para o ano de 1950. E a resposta natural é dizer-lhe que desejo muita paz, prosperidade pública e particular para todos, saúde e dinheiro aqui em casa. Que mais há para dizer?


Mas a verdade, a verdade verdadeira que eu falar não posso, aquilo que representa o real desejo do meu coração, seria abrir os braços para o mundo, olhar para ele bem de frente e lhe dizer na cara: Te dana! Sim, te dana, mundo velho. Ao planeta com todos os seus homens e bichos, ao continente, ao país, ao Estado, à cidade, à população, aos parentes, amigos e conhecidos: danem-se! Danem-se que eu não ligo, vou pra longe me esquecer de tudo, vou a Pasárgada ou a qualquer outro lugar, vou-me embora, mudo de nome e paradeiro, quero ver quem é que me acha.

Isso que eu queria. Chegar junto do homem que eu amo e dizer para ele: Te dana, meu bem! Dora em vante pode fazer o que entender, pode ir, pode voltar, pode pagar dançarinas, pode fazer serenatas, rolar de borco pelas calçadas, pode jogar futebol, entrar na linha de Quimbanda, pode amar e desamar, pode tudo, que eu não ligo!

Chegar junto ao respeitável público e comunicar-lhe: Danai-vos, respeitável público. Acabou-se a adulação, não me importo mais com as vossas reações, do que gostais e do que não gostais; nutro a maior indiferença pelos vossos apupos e os vossos aplausos e sou incapaz de estirar um dedo para acariciar os vossos sentimentos. Ide baixar noutro centro, respeitável público, e não amoleis o escriba que de vós se libertou!

Chegar junto da pátria e dizer o mesmo: o doce, o suavíssimo, o libérrimo te dana. Que me importo contigo, pátria? Que cresças ou aumentes, que sofras de inundação ou de seca, que vendas café ou compres ervilhas de lata, que simules eleições ou engulas golpes? Elege quem tu quiseres, o voto é teu, o lombo é teu. Queres de novo a espora e o chicote do peão gordo que se fez teu ginete? Ou queres o manhoso mineiro ou o paulista de olho fundo? Escolhe à vontade - que me importa o comandante se o navio não é meu? A casa é tua, serve-te, pátria, que pátria não tenho mais.

Dizer te dana ao dinheiro, ao bom nome, ao respeito, à amizade e ao amor. Desprezar parentela, irmãos, tios, primos e cunhados, desprezar o sangue e os laços afins, me sentir como filho de oco de pau, sem compromissos nem afetos.

Me deitar numa rede branca armada debaixo da jaqueira, ficar balançando devagar para espantar o calor, roer castanha de caju confeitada sem receio de engordar, e ouvir na vitrolinha portátil todos os discos de Noel Rosa, com Araci e Marília Batista. Depois abrir sobre o rosto o último romance policial de Agatha Christie e dormir docemente ao mormaço.



Mas não faço. Queria tanto, mas não faço. O inquieto coração que ama e se assusta e se acha responsável pelo céu e pela terra, o insolente coração não deixa. De que serve, pois, aspirar à liberdade? O miserável coração nasceu cativo e só no cativeiro pode viver. O que ele deseja é mesmo servidão e intranqüilidade: quer reverenciar, quer ajudar, quer vigiar, quer se romper todo. Tem que espreitar os desejos do amado, e lhe fazer as quatro vontades, e atormentá-lo com cuidados e bendizer os seus caprichos; e dessa submissão e cegueira tira a sua única felicidade.

Tem que cuidar do mundo e vigiar o mundo, e gritar os seus brados de alarme que ninguém escuta e chorar com antecedência as desgraças previsíveis e carpir junto com os demais as desgraças acontecidas; não que o mundo lhe agradeça nem saiba sequer que esse estúpido coração existe. Mas essa é a outra servidão do amor em que ele se compraz - o misterioso sentimento de fraternidade que não acha nenhuma China demasiado longe, nenhum negro demasiado negro, nenhum ente demasiado estranho para o seu lado sentir e gemer e se saber seu irmão.

E tem o pai morto e a mãe viva, tão poderosos ambos, cada um na sua solidão estranha, tão longe dos nossos braços.

E tem a pátria que é coisa que ninguém explica, e tem o Ceará, valha-me Nossa Senhora, tem o velho pedaço de chão sertanejo que é meu, pois meu pai o deixou para mim como o seu pai já lho deixara e várias gerações antes de nós, passaram assim de pai a filho.

E tem a casa feita pela nossa mão, toda caiada de branco e com janelas azuis, tem os cachorros e as roseiras.

E tem o sangue que é mais grosso que a água e ata laços que ninguém desata, e não adianta pensar nem dizer que o sangue não importa, porque importa mesmo. E tem os amigos que são os irmãos adotivos, tão amados uns quanto os outros.

E tem o respeitável público que há vinte anos nos atura e lê, e em geral entende e aceita, e escreve e pede providências e colabora no que pode. E tem que se ganhar o dinheiro, e tem que se pagar imposto para possuir a terra e a casa e os bichos e as plantas; e tem que se cumprir os horários, e aceitar o trabalho, e cuidar da comida e da cama. E há que se ter medo dos soldados, e respeito pela autoridade, e paciência em dia de eleição. Há que ter coragem para continuar vivendo, tem que se pensar no dia de amanhã, embora uma coisa obscura nos diga teimosamente lá dentro que o dia de amanhã, se a gente o deixasse em paz, se cuidaria sozinho, tal como o de ontem se cuidou.

E assim, em vez da bela liberdade, da solidão e da música, a triste alma tem mesmo é que se debater nos cuidados, vigiar e amar, e acompanhar medrosa e impotente a loucura geral, o suicídio geral. E adular o público e os amigos e mentir sempre que for preciso e jamais se dedicar a si própria e aos seus desejos secretos.

Prisão de sete portas, cada uma com sete fechaduras, trancadas com sete chaves, por que lutar contra as tuas grades?

O único desabafo é descobrir o mísero coração dentro do peito, sacudi-lo um pouco e botar na boca toda a amargura do cativeiro sem remédio, antes de o apostrofar: Te dana, coração, te dana!"


                                            Talvez o último desejo.
                                                                 Rachel de Queiroz

domingo, 13 de novembro de 2011

Domingo...tá bom,cansei disso já.
Vou pra lá.                                                                            And we're changing our ways
Você vai pra onde quiser,se for na mesmo que eu
pode se sentir desacompanhado.
Em certas caminhadas eu decido se quero ir acompanhado
se quero ir só mesmo...                                                                        Taking different roads
É...tô caminhando pra um buraco,o fundo do poço.
Querendo ou não ganhei muita força pra chegar nele
e é por isso mesmo que...
não quero levar ninguém junto nessa caminhada. 
                                                                   Then love, love will tear us apart, again
adeus.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Eu faria tudo outra vez, se soubesse que ouviria o eco responder
A tudo aquilo que por noites em claro busquei no radar
Mas as antenas não traziam nada, então fiz da estática
O mar em que com cinzas nos pulmões, afoguei as mágoas
Por não escutar nas conchas as ondas
E acabei me enforcando em freqüências sem sinal
Terminar seria o fim se não fosse uma variável
Nos beijos de quem transmite em línguas que eu não sei
E eu não tenho a tecla SAP Para poder ler entre as linhas
Quando o sal distorce a visão
E entre bolhas tento soltar meus pés e as algas querem dançar
Só mais uma valsa (Somos um casal rodando Entre as águas-vivas)
Laocoonte não conseguiu conectar seu computador
E serpentes do mar não lhe deixaram gravar seus avisos
Pois as caixas postais estão lotadas, ninguém dá ouvidos a Cassandra
Pois Helena, todos contemplam teu sorriso
E eu já não ouço a banda tocar
Em teus braços me deixo levar
E meus dedos desenham círculos na areia
E há quem diga, que nem o mais profundo mar
Conseguiu limpar o brilho nos olhos
E o sorriso tão ímpar desta Mona Lisa


Mais um dia vivendo...vamo ver até quando né Tremere?